O dia 25 de maio marca o Dia Internacional da Tireoide, glândula cujos hormônios produzidos controlam os batimentos cardíacos, os movimentos peristálticos no intestino e praticamente todas as funções cognitivas. Por sua atuação em diversas células, tecidos e órgãos, essa data reforça a importância e necessidade de investigar o funcionamento da tireoide, primando pela saúde e garantindo funcionamento pleno de todo o corpo humano.

A tireoide está localizada próxima à garganta e tem o formato de uma borboleta. Ela produz e libera hormônios que contêm iodo, triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), responsáveis por auxiliar no crescimento e equilíbrio metabólico do organismo. Quando há um desequilíbrio – para mais ou para menos – na quantidade desses hormônios, podem haver prejuízos para a saúde do paciente.

O diagnóstico de um distúrbio tireoidiano é feito por meio de um exame de sangue, onde os níveis de TSH, hormônio estimulante da tireoide produzido pela hipófise,e o T4 livre são medidos. Em recém-nascidos, é feito de rotina o teste do pezinho, que pode detectar alguma deficiência congênita da tireoide. Em crianças e adultos, principalmente a partir dos 40 anos, é necessário dosar o TSH se existirem sintomas sugestivos de excesso ou falta de hormônios. Porém, vale acrescentar que check-up anual é muito importante para detecção precoce de distúrbios da tireoide, uma vez que o médico consegue pedir exames específicos caso sinta necessidade ou desconfie de alguma alteração.

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é o distúrbio mais frequente da tireoide e é caracterizado pela diminuição ou carência total de hormônios. “Os sintomas mais comuns são cansaço, depressão, inchaço e diminuição dos batimentos cardíacos”, explica a Dra. Débora Danilovic, médica da Unidade de Tireoide do Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular da Faculdade de Medicina da USP e médica assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Caso o paciente seja diagnosticado com hipotireoidismo, o tratamento adequado é reposição de hormônio por meio de medicamento, que na maioria dos casos, precisará ser tomado pelo resto da vida.

Hipertireoidismo

“Já o hipertireoidismo, que pode estar ligado à presença de nódulos, se dá pela produção excessiva do hormônio, podendo causar insônia, hiperativação do metabolismo, nervosismo, aumento dos batimentos cardíacos e até osteoporose em pessoas mais idosas”, explica a médica. No hipertireoidismo o tratamento pode ser feito à base de medicamentos antitireoidianos, que diminuem a quantidade de hormônios produzidos pela tireoide, ou pelo tratamento com Iodo radioativo, que geralmente leva à destruição completa da glândula, levando o paciente ao hipotireoidismo.

Em caso de nódulos

A presença de nódulo na tireoide não é indicativa de câncer na maioria dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pois 60% da população brasileira terá algum nódulo na região ao longo da vida e apenas 5% deles serão malignos. Os nódulos malignos podem estar associados à linfonodomegalia cervical (gânglios linfáticos aumentados no pescoço) e rouquidão, em casos mais avançados sensação de falta de ar e dificuldade em engolir também podem ser sintomas.

Quando a doença é diagnosticada, o tratamento se dá pela cirurgia de retirada total da tireoide, seguida de uma reposição hormonal pelo resto da vida que substitui a glândula. Em outros casos, é preciso complementar o tratamento com radioiodoterapia.

Nos tipos mais agressivos e em estágios mais avançados da doença, o tratamento pode não surtir efeito, fazendo necessário o uso de terapias específicas. Entre as opções terapêuticas para esses casos existem medicamentos como o sorafenibe (Nexavar, da Bayer), aprovado pela ANVISA, que inibe o crescimento do câncer e reduz a formação de novos vasos sanguíneos que nutrem o tumor.

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