Cada vez mais uma prática vem se tornando comum em todo o Brasil, a entrega de resultados da mamografia através de CDs em vez de película de filme impressa. No entanto, esse novo procedimento pode dificultar o diagnóstico do câncer de mama, uma vez que, entre outros motivos, nem todos os médicos possuem o monitor específico para abertura deste tipo de arquivo. O alerta é da Sociedade Brasileira de Mastologia.

De acordo com o presidente da entidade, Antônio Frasson, essa prática é alvo de preocupação de todos os mastologistas que consideram a película indispensável porque permite ao médico uma análise melhor. “Para o recebimento nesse tipo de mídia é necessário um monitor de alta resolução, com recursos técnicos específicos. No entanto, esse equipamento tem um custo muito alto e na maioria das vezes não é viável para os médicos”, afirma o mastologista.

Segundo ele, sem dúvida a entrega do exame em CD é muito mais barata do que fornecer a película, entretanto, se não houver um equipamento adequado para a visualização desse CD pode haver um prejuízo para a paciente. “Diante disso, outro ponto preocupa. Como a paciente se certificará se a unidade que a atendeu possui o equipamento correto?”, indaga o presidente.

Outros problemas apontados pela entidade são a incompatibilidade do programa de visualização e a demora para a abertura do exame, mesmo em computadores de alto desempenho. “Isso atrasa o atendimento ambulatorial, além de retardar o estudo comparativo com exames anteriores. E se o CD não abrir, o médico ficará limitado a confiar no resultado do  laudo, o que é não é o ideal”, explica.

Diante dessa crescente tendência, a SBM e o Colégio Brasileiro de Radiologia recomendam atualmente a entrega da mamografia documentada em filme em tamanho real para todas as pacientes. “A mamografia se consolidou há muito tempo como o melhor exame para detecção precoce do câncer de mama, que se diagnosticado ainda em estágio inicial tem até 95% de chances de cura. Dificultar o acesso dos mastologistas às imagens dos exames é um retrocesso”, conclui Frasson.

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