Atualmente, a sexualidade é cada vez mais discutida entre amigos, familiares e na sociedade acadêmica. Constantemente são revelados novos estudos sobre a área, mas mesmo assim, muitos brasileiros ainda têm dificuldade em entender a diferença entre identidade de gênero, orientação sexual e sexo biológico. Para o médico psiquiatra, sexólogo, diretor do Instituto de Estudos da Sexualidade (IES) de Ribeirão Preto (SP) e Delegado do Estado de São Paulo da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH), Arnaldo Barbieri Filho, a sexualidade da população sempre teve grande diversidade e hoje é mais estudada e divulgada. “Por ser ampla, muitas pessoas ainda não entendem as nomenclaturas que são utilizadas para definir o comportamento sexual de uma pessoa”, explica.

De acordo com Filho, a identidade de gênero se refere ao sexo com que a pessoa se identifica. “Um exemplo é nascer homem, mas se identificar como mulher. Ou seja, vir ao mundo com o órgão sexual masculino, mas se sentir feminino. Neste caso, chamamos de mulher trans, por exemplo. Já os cisgêneros são as pessoas que se identificam com seu sexo de nascimento. Outros indivíduos se identificam ora com o sexo masculino, ora com o feminino”, observa.

Uma dúvida muito grande é se nascemos com a nossa identidade de gênero definida ou a escolhemos com o tempo. Segundo Filho, estudos científicos apontam fortes componentes orgânicos no desenvolvimento cerebral que fazem com que um homem se identifique com o sexo feminino e vice-versa. “Porém, questões psicossociais também podem colaborar para a transexualidade. Por isso é importante sempre debater o tema”, aponta.

Outra questão em pauta é a orientação sexual. “Ela é diferente de identidade de gênero pois, a homossexualidade, ocorre com quem tem atração por pessoa do mesmo sexo. Um homem gay se considera masculino, mas tem atração por outro homem. A orientação sexual pode ser homossexual (atração pelo mesmo sexo), bissexual (desejo por ambos os sexos) ou heterossexual (atração pelo sexo oposto). Já os assexuais são aqueles que não têm interesse sexual”, exemplifica Filho.

“O termo transvestismo se refere aos indivíduos que sentem atração sexual por se vestirem com roupas do sexo oposto apenas durante a atividade sexual. Não se trata, portanto, de identificação com o sexo oposto (transexualidade) nem atração pelo mesmo sexo (homossexualidade). Por outro lado, os casos de intersexo, no entanto, ocorrem quando a pessoa nasce com características anatômicas masculinas e femininas. Uma pessoa com cariótipo masculino (XY) pode nascer com o pênis atrofiado. Isto acontece, por exemplo, numa doença chamada deficiência de 5-alfa redutase. Numa outra doença chamada de insensibilidade androgênica, a pessoa é XY mas, nasce com a genitália externa com características femininas”, diz Filho.

“Independente da orientação sexual ou da identidade de gênero de uma pessoa, ela precisa e deve ser respeitada. Mais importante que a classificação é o respeito por o que cada um é”, finaliza Filho.

Sobre o IES – Instituto de Estudos da Sexualidade em Ribeirão Preto atua no tratamento sistemático de pacientes relacionado às dificuldades sexuais do homem, da mulher e do casal. Oferece também Grupos de Estudos e Palestras para profissionais e estudantes na área de Sexualidade Humana. Tem como fundador e diretor Arnaldo Barbieri Filho – médico psiquiatra em Ribeirão Preto, com cerca de 30 anos de experiência no atendimento de pacientes em Psiquiatria Clínica, Psicoterapia e Sexualidade Humana. Professor colaborador da pós-graduação em Sexualidade Humana da Faculdade de Medicina da USP São Paulo. Palestrante e Moderador de mesas em Congressos de Sexualidade (Brasileiro, Latino-americano e Mundial) e de Psiquiatria (Brasileiro e Latino-americano). Membro da Comissão Científica do Congresso Brasileiro de Sexualidade. Membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira de Sexualidade. Delegado do Estado de São Paulo da SBRASH (Sociedade Brasileira de estudos em Sexualidade Humana). Secretário de sexologia da Asociación Psiquiátrica de America Latina (APAL), representando a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O IES trabalha com atendimentos (consultas) e palestras com pacientes e no desenvolvimento e atualização de profissionais e estudantes (palestras e grupos de estudo). O telefone para outras informações sobre o IES é (16) 3236-2308. Para saber mais acesse: www.clinicaies.com.br

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