Por Lucas do Amaral Afonso Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense.

Na frase “Itapetininga se expandiu industrialmente nas décadas de 1960, 70 e 80”, onde está o sujeito?

Na pesquisa que realizei entre 2018 e 2020, na ocasião da elaboração de uma dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), tive a oportunidade de produzir perguntas sociológicas sobre um período relativamente recente na história do município de Itapetininga. Intitulada “Como a industrialização se torna pauta política? Estudo de caso do município de Itapetininga”, o principal objetivo dessa dissertação foi descrever o processo político envolvido na expansão industrial do município de Itapetininga, entre 1964 a 1982.

Nessa descrição, apresento um conjunto de ações políticas, principalmente entre 1964 a 1982, que está articulado à expansão industrial de Itapetininga neste período. Para confirmar uma real expansão industrial em Itapetininga no período mencionado, recorri aos dados do Censo Industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os anos de 1950, 1960, 1970 e 1980. Assim, considerando o Valor da Produção Total do estado de São Paulo para estes anos, comparei Itapetininga com as principais cidades da mesorregião de Itapetininga.

Com esses dados, é possível perguntar: quais as motivações para o crescimento industrial em Itapetininga? Ou então: quais são as ações e os agentes que exerceram influência no desenvolvimento desse processo de expansão industrial?

Para responder a essa questão, dividi a dissertação em três capítulos, no qual o primeiro trata-se de uma narrativa sobre a fundação da cidade até os elementos centrais que indicam uma acentuação das políticas municipais voltadas à busca pela industrialização. O segundo possui o objetivo de descrever duas ações identificadas como fundamentais para compreender o processo político envolvido na expansão industrial de Itapetininga, quais sejam: (1) a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI); e (2) a disputa pela Divisão Regional Administrativa do estado de São Paulo. E o terceiro sistematiza as ações que podem ser consideradas como continuidades do PDDI, frisando a atuação de alguns dos principais atores políticos na execução de um conjunto de ações voltadas à industrialização municipal pós-PDDI.

Publicarei aqui no site Olá Itapetininga oito matérias sobre a minha pesquisa, de modo que eu possa apresentar aos leitores e leitoras uma versão resumida e objetiva das principais questões que podem ajudar a pensar sobre a cidade de Itapetininga no contexto da pesquisa e como essas questões podem servir para pensarmos a atualidade da cidade.

Segue abaixo as matérias a serem publicadas:

1 – Convite para a comunidade de Itapetininga (essa matéria que você está lendo agora);

2 – Como produzir um objeto de pesquisa?

3 – Por que Itapetininga?

4 – O problema da energia elétrica;

5 – Um projeto de industrialização para o interior do estado de São Paulo;

6 – O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI);

7 – A disputa pela centralidade regional;

8 – A expansão industrial como discurso político.

Uma pesquisa sociológica sobre Itapetininga
Planta da doação de um terreno para indústria do município em 15 de abril de 1975 (arquivo pessoal)

Para quem quiser acessar a dissertação na integra, basta clicar no link abaixo e fazer o download.

https://app.uff.br/riuff/handle/1/13203

Lucas do Amaral Afonso
Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense.

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