Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Farmácia (CFF), constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros. Quase metade (47%) dos entrevistados disse que toma remédio por conta própria pelo menos uma vez por mês. Um quarto (25%) faz isso todo dia ou pelo menos uma vez por semana. Especialistas alertam que, quando usado de forma errada, o medicamento pode provocar danos graves à saúde, como lesões nos rins, hemorragia digestiva, hepatite medicamentosa, dependência e, em caso extremo, pode levar à morte.

“A automedicação é um problema de saúde pública no Brasil. A busca pela cura imediata e a facilidade para adquirir medicamentos são fatores que estão relacionados com essa prática”, afirma Dimas dos Santos Rocha Júnior, docente da área de saúde e bem-estar do Senac Itapetininga e formado em farmácia e bioquímica.

Ainda segundo a pesquisa, familiares, amigos e vizinhos foram citados como os principais influenciadores na escolha dos medicamentos usados sem prescrição médica. “O medicamento que é bom para o vizinho ou algum parente pode não surtir o mesmo efeito em outra pessoa. Pode, inclusive, fazer mais mal do que bem”, adverte Dimas. Ele alerta que a automedicação pode, ainda, mascarar os sintomas e dificultar o diagnóstico correto.

Um levantamento feito com base nos atendimentos realizados pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Unicamp, em Campinas, em 2017, concluiu que o consumo de remédios foi responsável por 33% dos casos de intoxicação naquele ano. Isso representava mais que o dobro dos atendimentos por picadas de animais peçonhentos e consumo de produtos químicos. De acordo com o docente, outros estudos indicam resultados semelhantes e igualmente preocupantes.

Neste caso, Dimas avalia que o papel do farmacêutico e do atendente de farmácia é fundamental para orientar e minimizar os riscos de intoxicações severas decorrentes do consumo de medicamento sem prescrição médica. Segundo o docente, em um cenário bastante competitivo, como é o ramo farmacêutico, a qualidade do atendimento é o diferencial. “Orientar corretamente o cliente, com ética e responsabilidade, pode ser um fator preponderante no esforço para diminuir o hábito perigoso da automedicação”, afirma.

Serviço:

Noções sobre Medicamentos para Atendimento em Farmácias

Data: 7 a 28 de março

Horário: aos sábados, das 10 às 14 horas

Duração: 16 horas

Senac Itapetininga

Endereço: Rua Dom Joaquim, 495 – Centro

Inscrições e informações: www.sp.senac.br/itapetininga

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