A baixa movimentação de doadores continua sendo a triste realidade nos Bancos de Sangue neste início de 2021, que desde o ano passado vem sofrendo com os impactos da pandemia em todo o país.

Nesse período há ainda uma piora, pois muitos entram em férias e viajam, ao passo que, justamente por haver mais movimento nas estradas ocorrem mais acidentes e situações emergenciais em que aumenta a demanda por bolsas de sangue em todos os hospitais. Sem contar os casos graves de internações de por Covid-19, em que a maioria necessita de transfusões de sangue.

O Banco de Sangue de São Paulo está operando com apenas 35% da sua capacidade de estoque, ou seja, com um déficit de 65%. “Assim como as pessoas saem de casa com cuidado para suas rotinas diárias, precisamos urgente que elas incluam em suas atividades o ato solidário de doar sangue”, alerta Bibiana Alves, líder de captação do Banco de Sangue de São Paulo .

Ela explica que cada doação passa por um processo de separação dos componentes sanguíneos que são destinados a tipos específicos de tratamentos dos pacientes. “Uma doação se transforma em até quatro componentes: plaquetas, plasma, hemácias e crioprecipitado”, informa Bibiana.

Para se ter uma ideia do tamanho dessa necessidade, as plaquetas retiradas de uma doação têm validade de até 5 dias e conseguem atender um paciente de até 10kg de massa corporal. Portanto, para pacientes adultos são necessários em torno de 7 a 8 doadores em média.

“Nossos estoques estão em estado crítico, impactando diretamente no atendimento dos mais diversos tratamentos, como pacientes com câncer que transfundem muita plaqueta, já nas cirurgias de grande porte como transplantes ou cardíacas, os pacientes transfundem muitas hemácias, por exemplo. Precisamos receber em torno de 160 doações diárias para regularizar os estoques e evitar atrasos ou impactos nos atendimentos”, conclui Bibiana Alves.

Doação de sangue e a Covid-19

Doar sangue é um ato seguro e as pessoas podem se sentir ainda mais confiantes. O Banco de Sangue de São Paulo conquistou recentemente o selo Covid Free de Excelência, uma certificação concedida a instituições que utilizam boas práticas de prevenção e enfrentamento ao coronavírus.

Este certificado garante que os protocolos de segurança exigidos internacionalmente para conter a disseminação do vírus sejam cumpridos no local.

Requisitos básicos para doação de sangue:

• Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH, etc.) em bom estado de conservação;

• Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);

• Estar em boas condições de saúde;

• Pesar no mínimo 50 kg;

• Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;

• Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas. Não é necessário estar em jejum;

• Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);

• Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;

• Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 30 dias;

• Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;

• Não ter diabetes em uso de insulina;

❗ Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.

Critérios específicos para o CORONAVÍRUS:

• Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 30 dias após cessarem os sintomas para realizar doação de sangue;

• Candidatos que viajaram para o exterior devem aguardar 14 dias após a data de retorno para realizar doação de sangue;

• Candidatos à doação de sangue que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelos vírus SARS, MERS e/ou 2019-nCoV, bem como aqueles que tiveram contato com casos suspeitos em avaliação, deverão ser considerados inaptos pelo período de 14 dias após o último contato com essas pessoas;

• Candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos SARS, ERS e/ou 2019-nCoV, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindique a doação).

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